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segunda-feira, 9 de março de 2015

No Distrito Federal, número de mulheres no Legislativo é o dobro da média nacional

A “bancada feminina” também ocupa os principais cargos da mesa Diretora na Câmara Legislativa do DF
Celina Leão é a única mulher a presidir o Legislativo numa unidade da Federação
Depois de vencerem o machismo e o preconceito e se consolidarem no mercado de trabalho, elas também participam das decisões políticas da cidade. Enquanto a média nacional de mulheres no legislativo é de 10%, no Distrito Federal elas representam 20% do quadro de deputados na Câmara Legislativa. Além disso, os principais cargos da Casa são ocupados por duas mulheres: Celina Leão (PDT) e Liliane Roriz (PRTB), que foram eleitas presidente e vice desta legislatura, respectivamente. A “bancada feminina” no parlamento é composta ainda por outras três deputadas: Sandra Faraj (SD), Telma Rufino (PPL) e Luzia de Paula (PEN).
Bancada pequena
Luzia de Paula, presidente da Comissão de Assuntos SociaisFoto: Sheyla Leal/Obritonews/Fato
Mesmo assim, a “bancada feminina” ainda é pequena se comparada com a do sexo oposto, que tem 19 gabinetes. Esse baixo quórum feminino na CLDF suscita desconfiança se for levada em consideração a pesquisa mais recente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que aponta a maioria delas no quadro de eleitores brasilienses, de acordo com o último recadastramento eleitoral feito em 2014.
Os dados do tribunal afirmam que, dos 1,4 milhão de eleitores no DF, 788 mil são do sexo feminino. Ou seja, 55,6%. Enquanto que o quadro masculino está atrás com 600 mil. “É uma questão cultural. Principalmente, das eleitoras. Se nós tivéssemos mulheres votando em mulheres, nós teríamos 50% do parlamento composto por mulheres”, analisa Celina Leão.
Preconceito
Para a presidente da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), Telma Rufino, ainda há um preconceito da mulher na política. “Eu mesma sofri vários preconceitos quando fui pedir voto nas ruas. Escutei inúmeras vezes que o lugar de mulher era na cozinha. Acho que o preconceito é tanto por parte dos homens quanto das mulheres”, avalia.
Telma Rufino, presidente da Comissão de Assuntos Fundiários Foto: Sheyla Leal/Obritonews/Fato
Mais otimista que as colegas deputadas, a presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Luzia de Paula, acredita em mudança nas próximas eleições. “Estamos avançando na questão das mulheres na política, no poder. Essa diferença ocorre porque a mulher latina é muito mãe, dedicada à família e isso faz com que ela tenha uma responsabilidade a mais que os homens, tornando difícil conciliar com a vida política”, ressalta.
Carinho
Apesar da discrepância em relação à quantidade entre os dois gêneros, as cinco deputadas distritais elogiam o tratamento que têm recebido dos colegas de parlamento. “Aparentemente, não há discriminação. Porque todos têm um carinho, um respeito”, afirma Luzia. “O convívio aqui é harmonioso”, jura Telma.
Assim, as cinco debatem com os colegas distritais temas importantes, como o pacote de medidas do Executivo para socorrer as contas públicas, redução de administrações, aumento de imposto, a situação fundiária do DF, entre outros assuntos.
Ao ser perguntada se escolheria outra carreira, Celina responde com jargão: “Faria tudo de novo”. Mas não tem dúvida entre as opções de presidente da Câmara ou de deputada: “Prefiro ser deputada. Porque emana do povo. Presidência emana de seus pares. Não tem nada mais legítimo do que o povo te eleger”, destaca.
Fonte: Fato online

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