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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Celina Leão palestra sobre o sistema penitenciário feminino no DF


A deputada Celina Leão (PDT) proferiu palestra sobre o sistema penitenciário feminino no Distrito Federal, para os alunos do curso de Serviço Social e Gestão de Projetos Sociais, da faculdade Anhanguera.

Com experiência de dois anos como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa e um trabalho intenso no presídio Feminino do DF (Colmeia), a deputada  discorreu historicamente sobre a origem da relação entre mulheres e o presídio, que teve início no Período Colonial, onde as primeiras penitenciárias eram administradas por religiosas, que projetavam nas internas a conversão, até os dias atuais.

A parlamentar destacou sua atuação no presídio com assistência jurídica para as detentas e seus familiares; a dedetização do complexo para conter a infestação de baratas; o projeto “Crack? Tô Fora!”, que gravou o CD “A voz da Liberdade”; a reforma da guarita em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil – SINDUSCOM;  dentistas para atendimento no presídio; ação de saúde com mutirão de exames papanicolau, glicemia, aferição de pressão arterial e palestras sobre a prevenção contra o câncer de mama.

Celina também falou sobre cinco Projetos de Lei sua autoria, voltados para o sistema prisional, que foram aprovados no plenário da Câmara Legislativa, mas vetados pelo governador Agnelo Queiroz. Os principais questionamentos dos estudantes que acompanharam a palestra foram sobre os vetos aos projetos da parlamentar. A deputada, que fez forte oposição ao governo, atribui os vetos a uma retaliação por sua dura atuação na fiscalização dos recursos públicos. “Lutei contra a força da máquina pública e não facilitaram nada para mim, pelo contrário, senti o peso das intensas perseguições”, revelou Celina.

Celina ressaltou que o Presídio Feminino do DF tem lotação de 771 internos, sendo que destes 100 são homens, detidos na ala psiquiátrica do presídio. A Colmeia, como é conhecido o presídio, conta com uma unidade materno-infantil, com capacidade para 24 detentas, e um núcleo de ensino e alfabetização, com 199 mulheres e 15 homens. A Colmeia disponibiliza atividades profissionalizantes, como costura industrial, oficina de enfeites pet, oficina de laços e gravatas, oficina de reciclagem de lixeiras e floricultura e plantio.


 “Há muito o que fazer para que a ressocialização dos presos possa ser uma realidade. Muitas das atividades desenvolvidas no presídio são fruto do empenho da direção, que as viabiliza por meio de doações. As mulheres, em sua maioria, são esquecidas pelos companheiros e familiares, restando a solidão e, por vezes, a depressão, sendo que 80% delas estão reclusas por conivência com as  atividades ilícitas de seus companheiros, como o tráfico de drogas”, relata a deputada.

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