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domingo, 26 de maio de 2013

Opinião tudo novo, de novo. Só que não!

Por Ricardo Callado -  A cada eleição se fala em renovação de 50% na Câmara Legislativa. Na prática, isso acontece. Só que esse é o problema. A prática continua mesma. Mudam os nomes. Não muda o jeito de fazer política. O jogo viciado é o mesmo. Salvo raras exceções.
Para 2014, a renovação também será grande. Pode superar a média histórica de 40% a 50%. A razão são três: deputados fracos; ascensão política e aposentadoria.
Não vou citar nomes dos deputados abaixo da média. Será perda de tempo. Muitos são verdadeiros desconhecidos. São os deputados de uma legislatura só. Tiveram a sorte de chegar a Câmara Legislativa e não souberam como se manter.
Vamos aos que deverão tentar o lugar mais alto. São pelo menos seis deputados. Chico Leite (PT), campeão de votos na última eleição, é candidato ao Senado. Se o PT deixar, é claro. O desejo de mudar de Casa vem desde 2010, mas o PT não deixou.
Eliana Pedrosa (PSD) foi a segunda mais bem votada. Depois de três mandatos, decidiu partiu para voo mais alto. Mira o Palácio do Buriti. Mais especificamente a cadeira de Agnelo Queiroz. Está em campanha há pelo menos um ano e meio. Tem o apoio do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab.
Ex-presidente da Câmara Legislativa, Sidney Patrício (PT) vai tentar uma vaga à Câmara dos Deputados. Não vai ser fácil. O PT tem três federais. Outros nomes surgem fortes. Um deles é o secretário de Saúde, Rafael Barbosa.
Patrício vai se agarrar no eleitorado do sempre aliado e ex-deputado Paulo Tadeu, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do DF. Também tenta limpar a imagem junto a corporação da Policia Militar, que já foi seu eleitorado fiel.
Outra que pretende disputar uma eleição majoritária é Liliane Roriz (PSD). Trabalha para encabeçar uma chapa ao Palácio do Buriti. Se não der, é cobiçada para ser vice.
Licenciado desde o começo da legislatura, Alírio Neto faz da Secretaria de Justiça o trampolim para a Câmara Federal. Bem articulado e presidente do PEN, surge com força para 2014. Vem fazendo um bom trabalho no GDF. Vai precisar de uma boa coligação para chegar lá.
Roney Nemer é o nome do PMDB para ser candidato a federal. O partido tem apenas o deputado Pitiman, que está de saída depois de bater de frente com a cúpula da sigla no DF. A candidatura de Roney seria também para atrapalhar os planos de Pitiman.
Um sétimo nome que pretende ascensão política é o de Olair Francisco (PTdoB). Ele já anunciou que pode ser candidato ao governo e ao Senado. Também aceitaria ser vice. A questão é que a turma não o leva muito a sério.
Os políticos que não serão candidatos a nada, por decisão própria ou força maior, são uns cinco. Arlete Sampaio (PT) pode deixar a vida pública. O seu sucessor seria o atual secretário de Desenvolvimento Social do DF, Daniel Seidel.
Atual presidente da Câmara, Wasny de Roure (PT) também pensa em parar. O administrador de Samambaia, Risomar Carvalho, deve ser o substituto natural. Os dois fazem parte do mesmo grupo político. O destino de Wasny pode ser o Tribunal de Contas. Seria um reconhecimento pela vida pública que desempenhou.
Outro que não deve ser candidato é Evandro Garla (PRB). Ligado a Igreja Universal, o deputado deve desempenhar uma outra função. A decisão é da cúpula da igreja, que vai designar um outro nome para ocupar a vaga. Provavelmente do suplente de federal Ricardo Quirino, atualmente na Secretaria do Idoso.
Raad Massouh (PPL) tem situação indefinida. Ele enfrenta um processo de cassação de mandato no Conselho de Ética na Câmara. Se perder o mandato, fica inelegível. Mesmo assim, vai sair baleado do processo. Terá dificuldade em 2014.
Situação semelhante a de Raad enfrenta Benedito Domingos (PP). A justiça não lhe deixa em paz. Os processos não param de andar e se multiplicar. Tem ainda o surgimento de outros candidatos em sua base eleitoral: Taguatinga e a igreja Assembléia de Deus. Se conseguir se safar da justiça, vai penar nas urnas.
Sobraram na disputa doze deputados e uma suplente no exercício do cargo, Luzia de Paula (PEN). Desses, a metade não conseguirá se eleger. Entre os favoritos a se manter na Câmara estão Chico Vigilante (PT), Cristiano Araújo (PTB), Agaciel Maia (PTC), Joe Valle (PSB), professor Israel (PEN), Robério Negreiros (PMDB) e Celina Leão (PSD).
Terão dificuldades Washington Mesquita (PSD), Aylton Gomes (PMN), Dr. Michel (PEN), Cláudio Abrantes (neo PT) e Wellington Luiz (PPL).
Novos nomes e outros não tão novos surgem para ocupar as vagas que serão abertas. Uns bons e outros já reprovados nas urnas. A renovação para melhor depende da consciência política do eleitor. É melhor pensar antes em quem votar, do que reclamar depois.

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