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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Deputada Celina Leão encontra situação delicada no Caje

Após visitar a Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) na tarde de ontem (5), a presidente da Comissão de Direitos Humanos e Ética da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PMN) não gostou nada, nada do que viu. A motivação da visita foi motivada pelas notícias veiculadas na imprensa de que no domingo (3), uma rebelião havia acontecido no local. Porém, tanto internos, quanto a direção do Caje desmentiram qualquer rebelião durante a visita. Contudo, a reclamação pela falta de recursos e das condições físicas do local foram unânimes. Celina fez questão de visitar todos os espaços do Centro e ficou apavorada: “Isso é desumano. Vou recomendar que o governador Agnelo Queiroz faça algo. É urgente”, destacou.

Os números no Caje assustam. Há espaço para acolher 106 interno, mas existem por lá 406. Destes, 329 estão em internação e 66 são provisórios. Mas, segundo relatos dos adolescentes, a espera pela sentença da Justiça demora, em alguns casos, mais de 2 anos. Cerca de 330 agentes fazem a segurança no local.

O descaso com as políticas públicas de prevenção faz com que a lotação máxima do Caje seja excedida em mais de 100%. Cada um dos jovens internos do Centro custam, por mês, R$ 7,4 mil ao estado. “O governo teria um gasto muito menor e um resultado muito melhor se investisse em prevenção. O maior problema é que o sistema de ressocialização destes jovens é tão precário, tão cheio de falhas, que boa parte deles tendem a sair do Caje ainda mais revoltados, podendo voltar ao mundo do crime”, acredita a distrital. “O governo tem que trabalhar a prevenção, não a repressão”, completa.

Rebelião – No domingo (3), veículos de comunicação do DF noticiaram uma rebelião no Caje, que teria acontecido no M10, onde alguns adolescentes e agentes teriam se ferindo num suposto confronto. A direção do Centro descartou ter acontecido uma rebelião. “No máximo uma tentativa de conflito que foi resolvida rapidamente”, explicou a diretora do local Maria Beatriz Carvalho. Alguns internos foram ouvidos pela deputada e reclamaram das condições do local. Celina constatou que os quartos onde os jovens dormem estão em condições desumanas. Onde dormiriam 3, se alojam 5. Alguns dormem dentro dos banheiros, que são minúsculos.

Além disso, os adolescentes reclamam da comida. Muitos apontaram que a alimentação servida no Módulo 10 estaria sem condições de consumo. Alguns quartos foram encontrados sem luz, devido às lâmpadas terem queimado. Outra reclamação recorrente foi a demora na espera pela decisão da Justiça pela sentença final dos jovens.

Celina garantiu que enviará ao Governo do Distrito Federal (GDF) o relatório da Comissão de Direitos Humanos da CLDF e pedirá urgência na resolução dos problemas. O Caje sofre com falta de recursos para a realização de oficinas para os adolescentes e instalações completamente insalubres. “Não temos sequer um fundo para comprarmos uma lâmpada, ou pintar uma parede, por exemplo”, explica a diretora do local. A presidente da Comissão destacou ainda que pedirá atenção especial à comida servida aos jovens.


Fonte: CLDF

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