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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Agnelo promete construir dez UPAs em cem dias, não cumpre e diz 'não se lembrar'

09:50:48

governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) (foto: Google Imagens)

Ao tomar posse em 1º de janeiro deste ano, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prometeu construir dez Unidades de Pronto Atendimento (UPA) nos cem primeiros dias de governo. O prazo venceu no último domingo (10), mas as dez UPAs não foram construídas. O governador disse ao UOL Notícias não se lembrar de ter feito a promessa porque ela não pode ser cumprida.

“Não, em cem dias não se pode fazer dez UPAs. Você deve ter se enganado”, respondeu Agnelo à reportagem. Depois de um breve momento em silêncio, continuou: “Olha só. Essas quatro UPAs já existiam aqui. Eram quatro UPAs bastante deterioradas e, com a reforma nas quatro, nós sabíamos que entregaríamos rapidamente", disse, referindo-se a unidades do DF.



Ouça entrenvista clicando aqui....


A primeira gravação acima traz trecho de entrevista de Agnelo, feita durante a posse no governo do Distrito Federal, quando ele disse: “Eu expliquei bem isso. Em cem dias, com as ações emergenciais. Em cem dias, essas UPAs, essas dez UPAs [estarão] construídas. Construídas, não ainda funcionando. Todas, construídas, o que seria um prazo absolutamente recorde”.


Na segunda gravação, feita na última sexta-feira (8), Agnelo afirma que o prazo havia se estendido para "até o final do ano" e que já havia soltado o edital, além de contratar pessoas para trabalhar nesses locais. “Vamos terminar as reformas de mais duas UPAs e, imediatamente, inaugurar, e [há ainda] mais uma terceira. São quatro que estão, assim, engatilhadas. [Vamos] Construir mais dez ainda até o final do ano."

Atenção à saúde

Após vencer Weslian Roriz (PSC) nas eleições, Agnelo Queiroz decretou estado de emergência na saúde pública, criou um gabinete de crise e a Secretaria de Transparência para fazer um “pente fino” em todos os contratos já em andamento do governo local, inclusive os da área da saúde.

Durante a campanha, o ex-ministro do Esporte afirmava que, por ser médico, daria prioridade à área da saúde e que, nos primeiros três meses de sua gestão, "ele próprio" seria o secretário de saúde.

No entanto, o atual secretário da pasta, Rafael Barbosa, foi um dos primeiros a ser anunciado pelo governador, que apenas coordena o gabinete de crise criado para tratar das medidas emergenciais do setor.

Nos cem primeiros dias no posto de governador, a agenda de Agnelo foi marcada por mais de dez visitas a hospitais públicos de diferentes áreas do DF. Em cada um deles foram observados os problemas e quais ações deveriam ser tomadas.

“Pegamos esse caos total na saúde, chegamos ao ponto de decretar estado de emergência na saúde, mas já avançamos muito. Nesse período, agora, [houve] abastecimento, reformas, obras, contratação de pessoal. Não há mais filas para pacientes que esperam para fazer uma cirurgia ortopédica, que ficavam meses depois da lesão para poder fazer uma cirurgia. Já zeramos isso”, disse o governador.

Outras prioridades

Com relação à segurança, Agnelo confirma que nos quadros da Polícia Militar faltam 4.000 homens e mulheres a serem contratados. De acordo com ele, já há cerca de mil em treinamento, e a meta é acrescentar cerca de mil PMs a mais por ano, durante seus quatro anos de mandato.

Questionado sobre a greve de mais de uma semana da Polícia Civil que o DF enfrenta, Agnelo informou que já discutiu a questão com o Ministério da Justiça e espera que, em breve, um acordo seja feito. É o governo federal que paga os salários da Polícia Civil do DF, que reivindica um aumento de 28%. Os vencimentos iniciais de um policial civil no DF são de aproximadamente R$ 7.000 --o maior da categoria no país.

Na questão do transporte público, Agnelo afirma que “não havia plano diretor de transporte urbano”. O governador alerta para a necessidade imediata de sua gestão reformular o sistema de transporte público na capital federal.

O cotidiano dos usuários de transporte inclui ter de enfrentar ônibus lotados, sem horário marcado para chegar, além de encontrar os veículos em más condições de conservação. O metrô também vive cheio em horários de pico e a linha disponível não cobre toda a região central de Brasília, o Plano Piloto, o que incentiva maior uso de carro pelos trabalhadores e estudantes que precisam trafegar pela região.

De acordo com o governador, a proposta de estacionamentos subterrâneos em áreas centrais continua em seus planos. Além disso, mais fiscais deverão ser contratados para vistoriar os serviços e os veículos oferecidos para as companhias de ônibus. Segundo ele, o investimento com mobilidade será em torno de R$ 2,4 milhões.

Preparativos para Copa

“Vamos zerar o analfabetismo, e até a Copa não ter [mais] analfabeto e ter um Estado livre de analfabetismo”, afirmou Agnelo. Ainda na área de educação --também destacada como uma das prioridades do governo do petista--, um edital para a contratação de professores foi aberto e, na primeira chamada, foram convocados 400 profissionais.

Ao longo do mandato, a meta governamental é transformar todos os centros de ensino públicos em escolas de tempo integral. Já entre as demais obras de infraestrutura, destacam-se a ampliação do aeroporto Juscelino Kubitschek, da rede hoteleira e do estádio Mané Garrincha.

“Vamos estar prontos para entregar o estádio, a ampliação da rede hoteleira e reforma no aeroporto, o que vai dar um grande salto no desenvolvimento econômico no Distrito Federal”, declarou Agnelo.


Fonte: UOL

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